quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Os Cães - Parte 4 (Final)

  Ele fechou a porta, segurando a cesta com as três cachorras. Trancou a porta com várias fechaduras e tossiu seco. 
- O que vou fazer com... isto? - ele perguntou a si mesmo, rouco. 
  O seu objetivo era agora não morrer. O homem já estava ficando velho e com aparência doentia: pele pálida, olhos amarelados, etc. Não poderia cuidar das cachorrinhas. Mas, mesmo assim, se ele não ficasse com elas, onde elas ficariam? 


  De manhã, colocou sua roupa normal de frio, pegou as cachorras e passeou pelo quarteirão. Bateu de porta em porta perguntando se alguém poderia ficar com as cachorras, adota-las. Todos bateram a porta na cara dele ou o xingaram. Ele não tinha opção a não ser ficar com elas. 
  Chegou em casa, colocou água e ração para elas e foi tomar suas várias pílulas diárias. Ele não podia morrer, ele evitava a morte. Aina havia tanto a viver. Seu desejo era ser imortal. 

  O tempo se passou e as cachorras cresceram. Três grandes cães, Tina, Joan e Helena. As três haviam trazido vida e felicidade ao homem, e ele amava suas cachorras. Sempre arrumava tempo para elas. Mas, um dia, quando acordou, percebeu que todas elas estavam diferentes. Estavam quietas e sem emoção (comportamento estranho vindo delas). O homem checou se estavam doentes, mas não, não estavam. Ele já tinha feito de tudo. 
  Após uma semana, ele já havia desistido. Numa noite de sexta, viu suas séries e filmes favoritos na televisão e foi se deitar cedo. De madrugada, ouviu um barulho vindo do corredor. Se levantou, abriu a porta e não havia nada ali. Desceu as escadas escuras. Tropeçou dali, caiu e perdeu a consciência. 
  Acordo uns quinze minutos depois amarrado em um pé do sofá e um pé do armário de madeira. As cachorras vieram. Ele pediu para elas morderem as cordas, com uma esperança de escapar. Tina, a cachorra maior, pulou em cima dele e o mordeu na barriga. O homem gritou e o sangue começou a escorrer. A segunda cachorra, Helena, veio e cravou os dentes em suas pernas. Joan mordeu seu rosto. O homem gritava e se contorcia de dor. Tentava de tudo se desamarrar, mas não adiantava. Os dentes das cachorras eram muito fortes e elas, grandes e pesadas. Ele não tinha mais nenhuma reação. Desejou do fundo do coração que aquilo fosse um sonho, ou alguém o ajudaria, milagrosamente. Orou e orou, com suas poucas forcas. Tina mordeu sua perna direita, e Helena e Joan morderam seus bracos, um de cada lado. Elas começaram a puxa-lo até que eles saíram do corpo do homem e litros de sangue jorraram no chão, formando assim, um banho de sangue. Ele morreu logo em seguida.
  Depois de uma hora, um vulto negro pulou pela janela e levou o corpo do homem. As cachorras não estavam mais ali e a porta que dava para fora estava entreaberta. O vulto saiu da casa pela mesma janela.

  Dou outro lado do país, um homem fumava e pensava na vida no lado de fora de sua mini casa. Ele queria tanto voltar para sua antiga mulher, e estava confuso, pois não sabia se ela o amava, nem nada. Quando se virou para entrar para dentro de casa, percebeu uma cesta, cheia de cobertores divertidos, e com um cachorro cinzento dormindo aconchegado. Ele encontrou um bilhete lá dentro escrito o seguinte:

                                                        "Cuide bem dele. Ele me temia"


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Pensei que nunca ia acabar isso. Obrigado por acompanharem essa série e desculpe qualquer coisa ou indireta.


Nota: Reparem que nomes não são citados de pessoas até que elas se transformem em cachorros. Tirem suas próprias conclusões.

Postado por: Pessoa064

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