Lucy era uma menina simpática e um tanto criativa. Gostava de inventar histórias que pareciam sombrias mas eram inofensivas, se é que você entende.
Tinha cabelos loiros, olhos azuis e era linda. Com apenas oito anos, pintava quadros, cozinhava, poderia muito bem viver sozinha se dinheiro não fosse a questão. Ela era apaixonada por Tim Burton.
Não pelo Tim Burton ao certo, mas pelas suas obras. Queria ser igual a ele, em tudo.
Ela era obceca por gatos. Tinha vários de tudo quanto é cor, menos brancos. Não que ela achasse brancos feios, mas ainda não teve a oportunidade de ter nenhum. E queria muito, mas sua mãe não deixava, pois já tinha catorze gatos.
Mas então, depois de pedir muito, sua mãe acabou concordando com apenas mais um gato, já que tinham uma casa grande. Foram para um abrigo adotar o gato, já que Lucy achava um horror trocar animal por dinheiro. Passaram pelo corredor frio e cinzento onde os gatos ficavam engaiolados. E, então, bem no final do corredor, um gatinho pequeno, sentado e encolhido, branco como a neve e com os olhos um de cada cor: verde e azul foi encontrado por ela. O homem que acompanhava a mãe de Lucy e ela comentou:
- Esse gato é o mais quieto que temos. Acho que ninguém gosta dele aqui. Estava quase entrando em depressão esses dias.
- Mãe, ele é perfeito! Vamos leva-lo. - disse Lucy, empolgada.
A mãe concordou, assinou alguns papéis com o homem e levou o gato para casa junto com a menina.
Na tarde, ela brincou muito com ele e deu seu nome de Bubble. Foi escurecendo e a menina foi tomar banho. Sua mãe havia saído com seu pai para um jantar. Enxugou os cabelos, colocou uma roupa de ficar em casa e assistiu seus desenhos.
Tarde da noite, quando estava quase fechando seus olhos, ouviu um longo barulho de algo caindo e acordou com um susto. Bateu a cabeça na parede e gemeu de dor. Prestou atenção no barulho que logo depois foi vários miados e alguém suspirando, forte e rápido.
Pegou a luz do celular e caminhou até a cozinha. A luz não adiantava muito mas como as luzes da cozinha era feito com sensor, logo acenderam, porém fracas.
Deixou o celular cair no chão que se quebrou. Levou as mãos para a boca e gritou. Caiu no chão e se encostou em uma das paredes do corredor.
Todos aqueles catorze gatos foram mortos, e não apenas mortos, mas sim esquartejados. O sangue vermelho cobriu toda a cozinha. Era uma cena horrível demais para uma simples garota de oito anos. Desviou com toda a forca seu olhar e observou o balcão. As luzes começaram a piscar.
Com seus grandes olhos brilhando na escuridão, viu seu gatinho Bubble, que parecia feliz nas mãos de um homem que conheceu naquele mesmo dia, no abrigo. Ele deu um sorriso de lado e falou, tentando ao máximo manter a calma:
- Vim buscar meu gatinho... Parece que vou levar um pouco mais...
Postado por: Pessoa064
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